segunda-feira, 11 de agosto de 2008

O que e salvar a alma?

Quem é que responde pelo departamento de salvar almas? Os bombeiros? Os pronto-socorros? Unidades especiais das forças armadas? Os fanáticos religiosos? Os políticos? Os teosofos? As ongs? O clero das religiões? Decretos não-governamentais, ou governamentais? Alienígenas de outros planetas? Viver em extrema pobreza induzida? Ajudar sem olhar para quem mesmo que seja para parasitas? Muito jejum? Muita ladainha? Colocar a culpa nos outros? Se esconder atrás de uma religião? Afinal salvar a alma de que? De que? Quem nos fala isso já recebeu habeas-corpus divino?
Certas coisas na minha infância e na minha juventude que a igreja católica fazia questão de falar e repisar, eram sobre o pecado original e os 7 pecados capitais. Podem acreditar que o medo que eu sentia naquela época provocou momentos desagradáveis no meu espírito, por levar as coisas a sério que aliados a uma mente fértil me deixavam vulnerável confuso e temeroso do que seria de mim quando passasse desta para outra vida, aqueles religiosos faziam verdadeiro terrorismo psicológico, deixando apenas uma escapatória dos sofrimentos espirituais, se nós obedecêssemos e aceitássemos a doutrina como única saída e caminho para não ser amaldiçoados, escapando assim dos tormentos infernais.
O primeiro item que nós aprendemos foi sobre o “Pecado original” que não é nada mais nem nada menos, que um dos pilares da hipócrita filosofia com que éramos atemorizados, e que só nos livraríamos através do batismo renunciando a Satanás e nos entregando a proteção da “mui Santa madre igreja”. Mas a igreja só nos daria seu aval através da confissão e de um verdadeiro ato de arrependimento, o qual seria seguido de uma absolvição e de uma reintegração através da comunhão, mas nos era falado que desde o momento que nós fazíamos o rito da comunhão, éramos candidatos a praticar os 7 pecados capitais, e que só poderíamos ter perdão através da confissão do arrependimento e de uma ajuda financeira para os pobres da congregação. Mas com o passar do tempo, àquelas ameaças constantes e aquela obediência quase servil, devido a meu espírito rebelde acabou provocando um impasse no meu íntimo, cujo resultado foi me afastar da igreja e viver a minha vida de acordo como viesse, sem me lembrar nem remotamente de todos aqueles ensinamentos que tanta polêmica no meu íntimo haviam provocado, e neste esquecimento toquei a minha vida de 1950 a 1971, e foi precisamente nesse ano de 71 que através de um acidente de carro, passei a ter conhecimento e contato com a doutrina da Umbanda.
Nesta mesma Umbanda fui seguidor e membro participativo de 1971 a 1979, e foi neste ano de 79 que se manifestou novamente a minha rebeldia, e a minha não aceitação de certos ritos e preceitos que nesse seio eram praticados, o que me levou a me desligar voluntariamente, não da Umbanda mas sim das doutrinas que a meu ver estavam contaminadas pela ignorância intolerância vaidade e o autoritarismo, fruto do despreparo e do caráter pouco equilibrado daquelas pessoas que se intitulavam escolhidos dos espíritos de luz. Mas como eu entendia que o trabalho espiritual não é uma questão de escolha dos espíritos de luz, mas sim uma escolha pessoal e intransferível, e entendendo que não tinha porque dar explicações a quem quer que fosse, acabei por entender que a ajuda ou entendimento que poderia me levar a um conhecimento, não seria através de preceitos ou palavras de ordem, mas sim através de minha determinação e o meu caráter aliado a uma ajuda sincera do lado espiritual, a qual nunca me faltou, e tenho certeza absoluta que nunca me faltará, a não ser que eu a repudie e isso só é uma possibilidade remota, mas sendo humano não a descarto.
Neste capítulo estou escrevendo a meu respeito não porque eu preciso escrever, mas para que quem leia possa conseguir entender que eu nunca aceitei nem aceitarei uma submissão espiritual ou física de ninguém, aceitarei sim ser amigo ser igual e ser solidário, como sempre aceitarei me unir a meus semelhantes para um benefício de todos, e para que procurem entender que só nosso sentido da verdade é a verdade, o que os demais digam poderá ser verdade ou não, pois quando você entra numa biblioteca para ler um livro com certeza que você não vai escrever mais um livro para os que já estão ali, apenas vai para ler ou vendo de outra maneira, quem vai em um restaurante para almoçar, está limitado a comer aquilo que lhe oferecem mas na sua escolha, dificilmente comerá alguma coisa que não tiverem mais que você quer que façam, com crenças e religiões é a mesma coisa você vai seguir aquelas doutrinas pois acredito que ninguém está interessado na sua. Portanto você só poderá levar avante seu conceito se for fiel a ele, mais se quer praticar ambos, provavelmente fracassarás!!

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