quinta-feira, 28 de agosto de 2008

As hipocritas respostas

Vocês já notaram que quando surge uma conversa sobre religião ou simplesmente sobre um assunto espiritual a pessoa ou pessoas a quem você se dirige dificilmente deixa de surgir à pergunta “Você acredita em Deus”? Pode até parecer uma pergunta normal e corriqueira mas quase sempre vem acompanhada de implicações normalmente desconfiadas e interrogativas, que para uma pessoa equilibrada, mostra logo a insegurança e um estado de pré-beligerância defensiva por parte do ouvinte para não ser acuado por perguntas que não saberá responder, porque o ouvinte já está condicionado a entender tudo como um debate ou uma discussão não acreditando que quem fala queira apenas dialogar e trocar impressões em um ambiente agradável de camaradagem.
Geralmente este tipo de conversa mesmo sendo entre amigos ou conhecidos pode tomar rumos inesperados, pois as pessoas geralmente ficam predispostas a não aceitar nada que não seja o que eles entendem como certo e verdadeiro, por razões como intolerância raciocínio fechado envolvimento comunitário com uma determinada crença, ou idéia, instrução tradição, mitos, cultura, e quase sempre com um medo interior que não pode ser explicado, estas são algumas das arestas que quem quer esclarecer vai ter que enfrentar, portanto este escritor aconselha que se não tiver presença de espírito e elementos para passar por cima de tais dificuldades, é melhor não começar para não ser tachado de arrogante, ou agente demoníaco o que ocorre em casos mais extremos de fanatismo quase sempre por pura ignorância e medo, do que não se sabe mas ele está presente e alerta.
Este escritor já passou por muitas dessas situações e podem acreditar que são muito desagradáveis, mas não deixam de ser proveitosas para futuros diálogos pois em cada conversa sempre se aprende alguma coisa, sobre tudo se aprende a flexibilizar e criar alternativas sabendo quando deve de parar ou continuar. Mas a parte mais importante de tudo isso é aprender a gerenciar as perguntas e respostas das pessoas quando estão carregadas de hipocrisia ou simplesmente se são honestas, quem dialoga deve de ter sempre presente que o sentido da conversa é esclarecer ou quando pode ser explicar, mas nunca tomar posição como defensor ou seguidor de uma doutrina, pois se assim o fizer antes de começar o diálogo já terá fracassado sem ao menos dizer uma única palavra.
Neste nosso mundo mercantilista e elitista está tomado de um medo sobre o outro lado da vida complexo e confuso, onde todo o tipo de teorias enviados iluminados iungidos escolhidos e lideres predestinados acrescido de donos da verdade, mágicos e hipnotizadores que formam esse especial grupo de “curuzus” aos quais as comunidades já estão acostumadas e na sua maioria submetidas. O que vocês pensam que vai acontecer quando aparecem pessoas honestas e equilibradas querendo esclarecê-los? Que vão ser ouvidos? Ou ao menos lhes darão algum crédito?
Não, não serão ouvidos ou não terão crédito algum, pois as pessoas já estão tão contaminadas desde a infância que praticamente quando alguém falar em liberdade espiritual é física e mostrar lhes que são donos das suas vidas, e que não devem obediência a ninguém em se tratando de espiritualidade, ou de como devem tocar suas vidas e tomar suas decisões sem interferências.
As pessoas simplesmente não conseguem entender porque sempre haverá o contra-ataque daqueles que os dominam, e como quem quer esclarecer não entra em debate muito menos em discussão, a grande maioria que tiveram acesso a esse tipo de informação, simplesmente a esquecerão porque quem conhece a prisão mental desde sua infância dificilmente vai entender o sentido de liberdade pessoal e de autodeterminação sem interferência, mas porque eu escrevo isso? Escrevo isto porque quem for mais esclarecido entenderá que quem quer esclarecer é uma pessoa livre de todo tipo de teorias e com equilibrio que se harmoniza, ou ao menos tenta se harmonizar tanto com seus semelhantes quanto com a natureza, e que ele não tem problemas morais religiosos ou de qualquer tipo espiritual, apenas entende que é um dever tentar mostrar para os outros quão benéfico é o equilíbrio e a harmonia com tudo e com todos, e o quanto é simples ser igual e solidário, mas isto que parece tão simples para quem já atingiu tal patamar pode ser impossível de entender para quem só conhece a submissão e a escravidão mental. Porém as pessoas não conseguem entender ou raramente vão entender por que mesmo ele sendo desprezado e por veces ridicularizado continuará querendo esclarecer sem ser afetado pela negatividade que emana da cegueira alheia.

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